Bem, esses dias eu li uma parábola de Buda que nos leva à tal questão: até onde estamos certos em nossas verdades? A versão que achei era um pouco confusa e com bastante palavras repetidas, então adaptei a escrita (não a história, podem deixar) à maneira que escrevo, tá bom? Bóra ler:
Um jovem comerciante, ao voltar de viagem, percebeu que sua casa havia sido roubada e incendiada por ladrões, os quais deixaram perto da porta um pequeno corpo queimado. O comerciante pensou tratar-se do corpo de seu amado filho; não sabia que, na verdade, seu filho estava vivo. Não sabia também que, depois de incendiar o domicílio, havia os ladrões levado o menino com eles.
Em seu estado de confusão, acreditou que o corpo fosse mesmo de seu menino. Então chorou. Bateu no peito dorido e puxou seus cabelos em desespero. E, alçando os olhos, anunciou a cerimônia de cremação. O menino era a razão de sua vida; a falta que sentia dele era tão insupotável que não lograva se separar das cinzas nem por um minuto. Ele a carregava num pequeno pote, nunca deixando-o só.
Em determinada noite, seu filho escapou dos ladrões e regressou à casa nova que seu pai construíra. Chegou, bateu na porta com entusiasmo; eram duas horas da manhã. Seu pai gritou, ainda segurando o pote com as cinzas, choramingando:
— Quem está aí?
— Sou eu, seu filho! — Respondeu o lépido menino do outro lado da porta.
— Você não é meu filho. Você é uma pessoa maldosa! Meu filho morreu há três meses. Eu tenho as cinzas dele aqui comigo.
O pequeno insistiu nas batidas. Chorou. Suplicou mais e mais vezes que o deixasse entrar, mas seu pai recusou-se.
O homem estava preso ao pensamento de que seu filho já estava morto, e esse outro era apenas alguém sem coração que viera atormentá-lo. Por fim, o menino foi-se embora, e o pai o esqueceu para sempre.
Buda dizia que, se você ficar preso a uma ideia e acreditar que isso é verdade, mesmo que a verdade venha em pessoa bater à sua porta, você recusar-se-á de abrir a sua mente, de crescer e adquirir aprendizado. Mesmo que você esteja comprometido com uma verdade, — a sua verdade — cuidado. A gente sabe: não é fácil abandonar nossas verdades e as crenças limitantes; ademais, é mais fácil deixar a inteligência humana à mercê da ignorância. Bem, podemos escolher, certo? Vai de cada um. Eu escolhi sair desse meu “mundinho”, a fim de explorar os diferentes lados, perspectivas, opiniões. Abrir a mente é, afinal, crescer.
“O meu ensinamento não é uma filosofia. É o resultado de uma experiência direta“. Shakyamuni Buddha.
Namastê.
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